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Saade: Secretaria de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade debate aspectos históricos, políticos e conceituais de suas diferentes áreas de atuação

No início deste mês, a Secretaria de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (Saade) da UFSCar realizou uma série de seminários de formação com o objetivo de apresentar e debater aspectos históricos, políticos e conceituais de suas áreas específicas de atuação, organizadas nas coordenadorias de Diversidade e Gênero; de Relações Étnico-Raciais; e de Inclusão e Direitos Humanos. Os eventos constituíram mais uma etapa do processo de implantação da Secretaria e, para quem não pôde estar presente, a gravação pode ser conferida nos links indicados mais adiante. Esses vídeos estão sendo traduzidos para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e, tão logo seja concluída a tradução, serão disponibilizados com esse recurso de acessibilidade no blog da Saade, lançado nos últimos dias e acessível pelo endereço http://blog.saade.ufscar.br. O contato com a Saade pode ser feito pelo telefone (16) 3351-9771 ou pelo e-mail saade@ufscar.br.

Relações Étnico-Raciais e Diversidade e Gênero

Os dois primeiros seminários – sobre relações étnico-raciais e sobre diversidade e gênero – aconteceram no dia 5 de abril, no Campus Sorocaba. A gravação do evento pode ser conferida neste link.

A primeira apresentação foi feita pela Coordenadora de Relações Étnico-Raciais da Saade, Rosana Batista Monteiro, docente do Departamento de Ciências Humanas e Educação (DCHE), que abordou questões relacionadas aos conceitos de raça e etnia, ao preconceito e à discriminação e, também, à trajetória que levou à implantação das ações afirmativas na UFSCar.

Monteiro destacou que raça é um um conceito inoperante, um termo “usado para classificar e hierarquizar os seres humanos e legitimar sistemas de dominação”. “Raça não é uma realidade biológica, mas uma categoria social de exclusão”, explicou a pesquisadora, afirmando como, a partir do conceito de raça, grupos são classificados e estigmatizados durante os processos de socialização. “Assim, na sociedade brasileira, quanto mais clara a pessoa é, mais evoluída, mais capaz e menos perigosa ela é considerada. E o inverso também vale: quanto mais escura, menos evoluída, menos capaz e mais perigosa. Essa associação não é realista, é sociológica, e nos leva ao preconceito, à discriminação e ao racismo.”

A palestrante também destacou que preconceito é um fenômeno psicológico baseado em estereótipos e manifestado em forma de discriminação. Ou seja, a discriminação materializa o preconceito no sentido de anular os direitos do outro em qualquer domínio da vida pública, e o racismo é a discriminação baseada nas diferentes características biológicas existentes entre os seres humanos. “Aqui é importante percebermos que o racismo não se manifesta apenas em forma de agressões ou hostilidades, mas também ao tornarmos o outro invisível; não ver o outro também é uma forma de racismo que precisa ser combatida diariamente dentro das salas de aula, inclusive na UFSCar”, afirmou Monteiro.

Como consequência do racismo, a sociedade brasileira – apesar de viver sob o mito da democracia racial – construiu processos de desigualdade que levam, por exemplo, à exclusão dos negros das universidades. “Em 2006, 30% da população brasileira branca tinha acesso ao Ensino Superior público e apenas 12% dos negros conseguiam chegar à universidade. Esse cenário nos faz ter a certeza da necessidade das políticas de ações afirmativas para repararmos as injustiças historicamente sofridas pela população negra. As ações afirmativas devem existir para corrigir ou mitigar os efeitos da discriminação; elas diferenciam os indivíduos para produzirem igualdade; elas são a concretização do ideal da efetiva igualdade”, enfatizou a Coordenadora.

Na mesma direção, a professora Viviane Melo de Mendonça, também do DCHE e Coordenadora de Diversidade e Gênero da Saade, falou sobre o desafio de construir políticas na área dentro das universidades. “Nós, enquanto Universidade, precisamos ter atenção e estar em contato com os grupos políticos e sociais que empreendem as lutas em favor da diversidade sexual e de gênero se queremos realmente contribuir com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária e que ofereça as mesmas oportunidades para todas e todos”, afirmou Mendonça.

De modo análogo ao que ocorreu com a população negra, pressupostos biológicos historicamente foram e continuam sendo usados para reforçar desigualdades entre homens e mulheres, sendo que o modelo binário homem/mulher é uma construção social que reforça os preconceitos e as hierarquias. “Diante disso, temos de pensar a posição inferiorizada delegada à mulher na nossa sociedade, que reflete dentro da comunidade acadêmica e científica; temos de questionar o modelo heteronormativo secularmente imposto, inclusive, por intermédio das instituições escolares; temos de trabalhar pela visibilidade dos movimentos LGBTs também dentro das universidades, já que a invisibilidade é um empecilho à conquista dos direitos; temos de lutar contra a violência institucional silenciada que reproduz desigualdades e impede sua superação”, defendeu Mendonça.

Inclusão e Direitos Humanos

No dia 12 de abril, em São Carlos, a Coordenadora de Inclusão e Direitos Humanos da Saade, Rosimeire Maria Orlando, docente do Departamento de Psicologia, retomou  registros de pessoas com deficiência ao longo da história da Humanidade para situar as conquistas de direitos e os desafios que ainda precisam ser enfrentados. Orlando ressaltou como, na história que conhecemos, as pessoas com deficiência já foram brutalmente eliminadas ou segregadas pela sociedade, a exemplo do que é retratado na obra clássica de Victor Hugo, “O Corcunda de Notre Dame”. Apenas na Idade Moderna é que se começa a ter concepções médicas sobre deficiências, e entendimentos sobre aspectos pedagógicos, sob os quais é possível olhar para as capacidades dos indivíduos. No Brasil, a docente citou o marco da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1961, que afirma em seu texto que “a educação é direito de todos”, para explicar o modelo da integração das pessoas com deficiência.

A garantia legal do direito à educação e do direito à matrícula nas escolas, no entanto, não foi suficiente para, de fato, garanti-los. “O acesso e a permanência das pessoas com deficiência nas instituições de ensino não garante que haja a apropriação dos conteúdos escolares se não houver inclusão”, afirmou Orlando, contrapondo os modelos de integração e de inclusão. “O primeiro enxerga a deficiência como uma condição médica, e foca os esforços terapêuticos para que o indivíduo se adapte à sociedade. O segundo enxerga as capacidades dos indivíduos, e compreende as barreiras como problemas da sociedade, reconhecendo, aceitando e valorizando a diversidade. Os direitos das pessoas com deficiência são resultado de lutas históricas da sociedade civil, que não terminam na aprovação de leis”, afirmou a Coordenadora. “As pessoas têm formas diferentes de andar, ritmos diferentes de aprender, e, portanto, a deficiência é uma construção social. Por isso, a sociedade deve oferecer apoios e suportes para que as pessoas com deficiência possam desenvolver seus potenciais”, defendeu Orlando.

A apresentação de Rosimeire Maria Orlando pode ser conferida neste link.

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Secretaria de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade inicia sua atuação em diálogo com diferentes interlocutores e propondo construção participativa da política institucional para a área

No início deste ano, a nomeação de Maria Waldenez de Oliveira, docente do Departamento de Metodologia de Ensino da UFSCar, como gestora da Secretaria de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (Saade), marcou o início formal da atuação da Secretaria, que pode ser descrita a partir de quatro frentes: a organização da infraestrutura e da equipe; a implantação do modelo de gestão; o encaminhamento de ações a partir das primeiras demandas já apresentadas à unidade; e a proposta e concretização de um processo de construção participativa da política institucional para a área. É importante destacar que a criação da Saade responde a demandas da comunidade universitária e, também, está inserida no contexto de um processo histórico de compromisso institucional com a democratização da Educação Superior que envolve um grande número de pessoas.

A Saade foi provisoriamente instalada no edifício que abrigava anteriormente a Divisão de Gestão e Registro Acadêmico (DiGRA), na área Norte do Campus São Carlos, atrás da Biblioteca Comunitária, onde está instalado o Núcleo Incluir de Acessibilidade da UFSCar. Um edifício na área Sul está sendo reformado para ser sua sede definitiva. Já a equipe administrativa da Secretaria é composta, além da Secretária, pelos servidores Sandro Luiz Montanheiro Francischini e Djalma Ribeiro Junior, sendo o último compartilhado com o Departamento de Artes e Comunicação, e pelo estagiário Iberê Araújo da Conceição, estudante do curso de Ciências Sociais. “Sandro tem baixa visão e é militante pelos direitos da pessoa com deficiência e, assim, além do apoio administrativo à Secretaria, também contribui muito com as nossas temáticas específicas de atuação. Djalma tem muita experiência na área da educação popular e no diálogo com os movimentos sociais, que tem sido fundamental na construção das nossas ações. Já Iberê, com a experiência advinda de seu curso, tem colaborado com levantamentos e sistematizações”, destaca Oliveira.

Já para a indicação das três coordenadoras da Saade, Oliveira e Ribeiro Junior tiveram encontros com um grande número de grupos organizados e integrantes da comunidade universitária envolvidos com as temáticas abrangidas. “Esse processo foi muito rico para que pudéssemos conhecer melhor a Universidade, suas demandas, possibilidades, sugestões e críticas, além de definirmos o perfil para as coordenações, que foi de articulação entre o conhecimento técnico e conceitual e a sensibilidade exigida para o tratamento das questões com as quais lidaremos”, relata a Secretária. Em março, essa etapa foi concluída com a nomeação da professora Viviane Melo de Mendonça – do Departamento de Ciências Humanas e Educação do Campus Sorocaba (DCHE) – para a Coordenadoria de Diversidade e Gênero; da professora Rosana Batista Monteiro – também do DCHE – para a Coordenadoria de Relações Étnico-Raciais; e da professora Rosimeire Maria Orlando – do Departamento de Psicologia, que já coordena o Incluir – para a Coordenadoria de Inclusão e Direitos Humanos.

A Saade também conta, em sua estrutura organizacional – aprovada pelo Conselho de Administração em junho do ano passado –, com um Conselho de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade com ampla representação de unidades e categorias da Universidade, e um Comitê Gestor composto pelas Secretária e pelas Coordenadoras da Saade e pelos pró-reitores de Graduação, Pós-Graduação, Assuntos Comunitários e Estudantis e Gestão de Pessoas. O Comitê já realizou sua primeira reunião, no último dia 28, e aprovou a proposta de uma comissão intercampi para colaboração nas ações e gestão da Saade, composta por três pessoas em cada campus que farão a comunicação no campus e entre os campi em cada uma das grandes áreas de abrangência da Saade. “Essa estrutura nos parece fundamental para que possamos contemplar as especificidades de cada campus, promover o diálogo entre eles e, também, entre as diferentes áreas de atuação da Secretaria”, avalia Oliveira.

Nesta semana, a Saade iniciou uma série de seminários de formação em que as suas coordenadorias apresentarão um breve panorama histórico, político e conceitual de suas áreas específicas. Na última terça-feira (5/4), no Campus Sorocaba, os temas foram gênero e diversidade e relações étnico-raciais. No próximo dia 12, às 10 horas, no Anfiteatro da Reitoria, em São Carlos, a Coordenadora de Inclusão e Direitos Humanos fará sua apresentação. Os eventos estão sendo transmitidos por webconferência (no link webconferencia.sead.ufscar.br/eventos) e as gravações serão disponibilizadas, com tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras), no blog da Secretaria, que será lançado nos próximos dias.

O contato com a Saade já pode ser feito pelo telefone (16) 3351-9771 ou pelo e-mail saade@ufscar.br.

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UFSCar debate formação de profissionais de Saúde em consonância com a Política de Saúde da População Negra

Nos dias 21, 22 e 23 de março, o Campus Sorocaba da UFSCar sediou o I Encontro “Avaliação em Educação e Saúde no Campo das Relações Raciais”. O objetivo do evento foi discutir a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e das Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais (DCNERER) nos cursos de formação de profissionais da Saúde.

Durante o evento, professores da Universidade de Brasília (UnB), das universidades federais Fluminense (UFF), do Maranhão (UFMA), da Bahia (UFBA) e de Alagoas (UFAL), da USP, do Centro Formador de Pessoal para Saúde de São Paulo (Cefor-SP) e da própria UFSCar apresentaram projetos pedagógicos voltados à inserção da PNSIPN nos cursos de formação inicial e permanente dos profissionais da Saúde e produziram um documento final com um rol de conteúdos e práticas formativas relacionadas à PNSIPN.

De acordo com Rosana Monteiro, docente do Departamento de Ciências Humanas e Educação (DCHE) da UFSCar e uma das organizadoras do encontro, a PNSIPN chama a atenção dos profissionais da Saúde para as especificidades dos processos de saúde e doença da população negra. “Mais do que isso, ela destaca o quanto o racismo institucional afeta a saúde dessa população e qual pode ser o papel do profissional de Saúde na reprodução e perpetuação de processos de adoecimento respaldados na ideologia racista. Desvendar esse racismo presente nas práticas de Saúde é fundamental. Além disso, há doenças prevalentes na população negra que precisam ser conhecidas; portanto, a formação dos profissionais de Saúde não pode prescindir da PNSIPN”, afirma Monteiro.

O documento formalizado após o evento aponta, principalmente, que os cursos da área ainda negligenciam a PNSIPN e, assim, que é urgente a necessidade de capacitar professores formadores, profissionais em serviço, gestores e estudantes sobre as DCNERER e a Política, indicando também a necessidade de criação de instrumentos para a informação, formação e avaliação da implementação das políticas nesses cursos.

Para a professora Waldenez de Oliveira, Secretária Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade da UFSCar, a Universidade – historicamente preocupada com a construção de uma sociedade mais igualitária – deu, com a realização do encontro, mais um passo importante nessa direção ao contribuir para a formação de profissionais da Saúde atentos às necessidades da população negra. “A UFSCar vem consubstanciando em sua política institucional a promoção da equidade em relação à população negra, especialmente na atual Política de Ações Afirmativas. A par dos ganhos obtidos com essa Política, queremos agora avançar no que se refere ao currículo de formação de profissionais atuantes no seio de uma sociedade multicultural e pluriétnica, incluindo nessa formação o combate a todas formas de violência, preconceito e discriminação”, afirma a Secretária.

O encontro foi uma iniciativa do Grupo de Pesquisa em Educação, Territórios Negros e Saúde (ETNS) da UFSCar, em parceria com o Grupo de Pesquisa Enfermagem e Políticas de Saúde Mental (GEnPSM) da Escola de Enfermagem da USP. O evento contou o apoio das pró-reitorias de Extensão (ProEx), de Graduação (ProGrad) e de Pós-Graduação (ProPG), da Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade, do Centro de Ciências Humanas e Biológicas (CCHB) e do Departamento de Ciências Humanas e Educação (DCHE) da UFSCar.

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UFSCar realiza evento para debater ações afirmativas e Reitor apresenta Secretária Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade

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Professores e estudantes que fizeram parte da implantação do Programa de Ações Afirmativas na UFSCar apresentam suas experiências e realizam discussão sobre os novos desafios a serem enfrentados (Foto: Beatriz Maia – AECR/UFSCar).

Na última quarta-feira (25/11), a UFSCar realizou o evento “Equidade na UFSCar: do Programa de Ações Afirmativas à Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade”, promovido pela Administração Superior da Universidade para ampliar o debate sobre diversidade e equidade na Instituição. O evento integrou as comemorações dos 45 anos da Universidade, no contexto de implantação da Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade, cuja criação foi aprovada pelo Conselho Universitário (ConsUni) em maio deste ano. Na mesa de abertura, estiveram presentes o Reitor da UFSCar, Targino de Araújo Filho, e as pró-reitoras de Graduação, Claudia Raimundo Reyes, e de Extensão, Claudia Maria Simões Martinez.

Araújo Filho iniciou sua fala retomando o processo de construção do Programa de Ações Afirmativas da UFSCar (PAA), a partir das discussões realizadas durante a construção do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade em 2004 e, posteriormente, relembrando a reunião do Conselho Universitário que, em 2007, tomou a decisão histórica de aprovar o Programa. “Nas discussões que antecederam a aprovação do Programa, foram várias as manifestações relacionadas à constatação de que a maior beneficiada pela diversificação da comunidade universitária seria a própria Universidade e o conhecimento por ela produzido. Hoje, oito anos após a implantação efetiva da reserva de vagas para estudantes oriundos do ensino público, negros e indígenas, não nos faltam evidências da verdade dessa afirmação. Tomando por exemplo nossos estudantes indígenas, estes têm se destacado em fóruns de abrangência e relevância nacionais e internacionais. Se, de um lado, a inestimável contribuição que esses jovens, antes excluídos da Universidade, podem dar, foi reafirmada ao longo desses anos, de outro, foram clara e inequivocadamente rechaçadas as afirmações de que seu ingresso na Educação Superior resultaria em perda de qualidade. Isto porque, além dessa qualidade compreendida como indissociável do compromisso social, se considerarmos apenas as compreensões mais conservadoras da qualidade, da excelência acadêmica, também temos um conjunto significativo de dados que mostram que esses estudantes não só apresentam o mesmo desempenho acadêmico dos ingressantes por ampla concorrência, mas também, em alguns casos, superam essa média. Além disso, neste momento em que nos debruçamos sobre o percurso desde a criação do Programa de Ações Afirmativas até a concepção mais ampla de equidade que agora se consubstancia na criação da Secretaria de Ações Afirmativas, é fundamental registrar que é essa ampliação da diversidade acadêmica que nos coloca questões, demandas e desafios novos que resultam na necessidade de criação da Secretaria”, afirmou o Reitor.

Durante o evento, Araújo Filho também apresentou à comunidade universitária a primeira Secretária Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade, Maria Waldenez de Oliveira, docente do Departamento de Metodologia do Ensino (DME). Continue reading

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Reitoria recebe material da campanha ‘São Carlos não se cala! Pelo fim da violência contra as mulheres’

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Adilson de Oliveira, Targino de Araújo Filho, Raquel Auxiliadora, Géria Montanari e Lorena Gobbi (Foto: Mariana Pezzo – AECR/UFSCar)

O Reitor da UFSCar, Targino de Araújo Filho, e o Vice-Reitor, Adilson de Oliveira, receberam na última sexta-feira (31/7) representantes do Fórum de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres de São Carlos, que apresentaram a campanha “São Carlos não se cala! Pelo fim da violência contra as mulheres”, uma iniciativa do próprio Fórum e do Coletivo de Promotoras Legais Populares de São Carlos. Estiveram na reunião Raquel Auxiliadora, Géria Montanari, Lorena Gobbi e Marcela Moreti, sendo as duas últimas estudantes de graduação da UFSCar.

A campanha, organizada no marco da celebração dos nove anos da lei nº 11.340/06 – conhecida como Lei Maria da Penha –, sancionada em 7 de agosto de 2006, tem o objetivo de dar visibilidade às diferentes formas de violência contra as mulheres, incentivar às vítimas à denúncia e mobilizar a cidade de São Carlos para o combate às desigualdades de gênero. Para tanto, foi produzido um conjunto de materiais gráficos que inclui uma cartilha com informações sobre violência contra a mulher (física, psicológica, sexual, patrimonial e moral) e sobre onde buscar ajuda, além da reprodução da íntegra da Lei Maria da Penha.

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Cartão postal da campanha (Reprodução)

A campanha também conta com cartões postais que destacam sete formas de violência contra a mulher: trabalhadoras, lésbicas e bissexuais, transexuais, mulheres negras, mulheres nas universidades, violência doméstica e violência obstétrica. Os temas foram definidos nas reuniões do Fórum e cada um dos cartões traz informações específicas sobre as características de cada tipo de violência e os canais próprios para a apresentação de denúncias e obtenção de apoio e ajuda. Completam o kit – entregue na reunião com os dirigentes da Universidade – adesivos e cartazes.

“A campanha foi construída a muitas mãos. No caso específico da Universidade, é importante registrar que, muitas vezes, as mulheres universitárias têm muito mais dificuldades em denunciar do que aquelas com menos escolaridade, devido ao medo da exposição, dentre outros receios. Outra informação importante é que já temos pesquisas indicando altos índices de naturalização da violência nos relacionamentos e uso do espaço virtual como ferramenta de controle entre os jovens”, contou Raquel Auxiliadora, uma das coordenadoras da iniciativa, que é ex-aluna de graduação e pós-graduação da UFSCar. A pesquisa mencionada foi realizada pelo Instituto Avon em 2014, junto a jovens entre 16 a 24 anos, e, dentre outras conclusões, indica altos índices de aprovação da Lei Maria da Penha e de percepção da existência de machismo no Brasil ao mesmo tempo que revela alta aprovação de valores machistas e reprovação de comportamentos não conservadores por parte das mulheres, além da prática de atos violentos. Estes e outros resultados podem ser conferidos no site da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.

O Reitor da UFSCar apresentou, durante a reunião, o projeto de implementação da Secretaria de Ações Afirmativas e outras Políticas de Equidade na Universidade, aprovada no primeiro semestre deste ano, que contará com uma Coordenadoria de Diversidade e Gênero. O dirigente também convidou as representantes do Fórum para participarem do planejamento dos eventos que serão realizados na Universidade no âmbito da criação da Secretaria, que devem acontecer neste segundo semestre de 2015.

O contato com a coordenação da campanha, caso haja interesse em material para distribuição ou outras informações, pode ser feito pelo e-mail plps.saocarlos@gmail.com ou pelo telefone (16) 99460-6921.

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