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Conselho Pleno da Andifes manifesta preocupação com falta de investimentos para assistência estudantil

115ª reunião do Conselho Pleno da Andifes foi realizada em Belo Horizonte, Minas Gerais. Fotos Ascom Andifes

Durante a 115ª reunião do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), realizada no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), os reitores manifestaram grande preocupação com a falta de recursos para a manutenção da assistência estudantil nas universidades, sobretudo, com o que diz respeito aos restaurantes universitários (RUs).

O presidente da Andifes, reitor Emmanuel Tourinho (UFPA), explicou que a associação tem, reiteradamente, levado ao Ministério da Educação (MEC) a questão do congelamento de recursos do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes). “Toda vez que vamos ao MEC apresentamos as questões da assistência estudantil. Não há dúvida de que exista a necessidade de recursos adicionais para que as políticas assistenciais e de inclusão tenham continuidade nas universidades. O que mais insistimos no ano passado foi a questão do PNAES. A ampliação do recurso do PNAES sempre era retirada da pauta”.
Vários reitores se manifestaram a respeito do tema.

 

A reitora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Wanda Hoffmann, afirma que o momento é de muitos desafios. “Na UFSCar, estamos sem reajuste no valor da refeição do RU há cerca de 15 anos, com filas enormes de estudantes. Nós já fizemos economia com a dispensa de terceirizados. Estamos buscando soluções criativas e trabalhando pesadamente para encontrar soluções. Não é possível continuar com o Pnaes da forma como está. A lei diz que temos que fornecer alimentação, mas não tem recurso para isso.”

 

 

 

O reitor da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Marco Antonio Hansen, afirmou estar muito preocupado com a sustentabilidade dos restaurantes universitários. “Trago uma grande preocupação sobre a falta de recursos do Pnaes. Me falta um recurso no valor de R$ 3,2 milhões para conseguir complementar o ano de 2018 no que diz respeito à alimentação subsidiada aos estudantes. Para conseguir manter a assistência estudantil, nós já abrimos mão de outros serviços, como redução dos funcionários da limpeza, fazendo com que os funcionários que restam estejam sobrecarregados”.

 

 

Para a reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Soraya Smaili, a situação da assistência estudantil é dramática. “Estamos enfrentando situações bastante críticas, porque houve aumento na demanda nos restaurantes universitários, assim como dos auxílios-permanência. Os recursos estão congelados há três anos, sem reajuste e com o aumento da demanda. Não é necessário se aprofundar no assunto para saber que vamos entrar num colapso em breve se não houver revisão urgente da matriz do Pnaes”.

 

 

 

 

De acordo com o reitor da Universidade Federal de Pernambuco, Anísio Brasileiro, no período entre 10h30 e 14h, formam-se enormes filas de estudantes à espera das refeições. “Eu me sinto constrangido por ver a situação de estudantes que não têm outra opção de alimentação, e sabendo que não há o que eu possa fazer sem mais investimentos”, desabafou.

 

 

 

 

 

O reitor Valder Steffen, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), afirma que o aumento da procura pelas refeições no restaurante universitário é visível. “Nós dobramos o espaço para filas para melhorar a fluência no restaurante. O que aconteceu foi que as filas também aumentaram. Há uma porcentagem muito grande de alunos que são mais carentes e precisam dessa assistência.”.

 

 

 

 

Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, de acordo com o reitor Rui Opperman, a situação não é diferente das demais. “A Controladoria-Geral da União nos instou a reavaliarmos os custos do nosso RU e cobrar do aluno não carente o valor referente ao custo da refeição, que hoje é em torno de 9 reais. Estamos avaliando com o movimento estudantil a revisão dos valores cobrados. O critério principal sempre dever ser a renda. Então, fizemos um censo recentemente, e o fato é que quase 60% do corpo discente da minha universidade é de alunos com renda per capita de um salário e meio até quatro salários mínimos. Como podemos cobrar R$ 9 reais por refeição dos estudantes se eles não possuem condições de arcar com isso?”.

 

 

A reitora Nair Portela, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), sempre que há tentativa de diálogo sobre o reajuste dos preços cobrados pelas refeições há “convulsão” entre os estudantes. “Estamos numa situação muito delicada porque o Pnaes não cobre mais essa despesa. Do jeito que está, não há condição de manter essa assistência.”

 

 

 

 

O secretário-executivo da Andifes, Gustavo Balduino, reiterou que a associação se mantém empenhada na busca por mais recursos para a assistência estudantil. “O diálogo com o MEC sobre essa temática é constante. Vamos continuar buscando a interlocução para encontrarmos uma solução viável para os recursos referentes ao Pnaes. Esse tema sempre foi prioridade da Andifes”, afirmou.

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Andifes: Pesquisa mostra que o conjunto de estudantes das universidades federais é cada vez mais representativo da sociedade brasileira

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou no último dia 18 os resultados da última pesquisa sobre o perfil socioeconômico e cultural do conjunto de estudantes de graduação das universidades federais brasileiras, que mostram uma grande transformação no público atendido por essas instituições em relação a pesquisas anteriores, no sentido de se tornar mais parecido com a composição da população brasileira.

Participaram da pesquisa, cujos dados foram coletados no ano de 2014, 130 mil estudantes de um universo de 1 milhão. Destes, 47,57% se autodeclararam negras e negros e 45,67% brancas e brancos. Esse percentual de negras e negros era de 40,80% em 2010, e de 34,20% em 2003. O documento de apresentação da pesquisa destaca que, em valores absolutos, o número de negras e negros nas universidades brasileiras triplicou.

A mudança é muito significativa também em relação à renda familiar. Em 2010, a porcentagem de estudantes com renda familiar de até três salários mínimos era de 40,66%, elevando-se para 51,43% em 2014. A íntegra dos resultados – que pode ser conferida no site da Andifes – detalha e analisa esses números, bem como uma série de outros indicadores apresentados em 146 tabelas.

O documento também faz uma estimativa em relação ao público com o perfil que é alvo do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) – estudantes de famílias com renda familiar de até 1,5 salários –, indicando que esse percentual é de 66,19% do corpo discente. Outros dados apresentados são que o corpo discente é formado por 52% de mulheres, que 11,78% tem filhos, 60,16% estudou em escolas públicas e 35,39% trabalham.

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UFSCar coordena pesquisa que mapeia assistência estudantil em Instituições Federais de Ensino Superior

A UFSCar está coordenando a pesquisa de perfil institucional das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) sobre suas capacidades no campo da assistência estudantil. A iniciativa integra os esforços do Observatório Fonaprace, criado em parceria do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace) da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) com a diretoria da Andifes. A coordenação do projeto é da docente do Departamento de Ciência Sociais (DCSo) da UFSCar Vera Alves Cepêda, que pelo segundo ano consecutivo aplica questionário elaborado pelo grupo de pesquisa envolvendo docentes e estudantes de graduação e pós-graduação que lidera.

No ano passado, 60 das 64 IFES implantadas no País responderam à pesquisa realizada por meio de plataforma virtual, que pretende no futuro disponibilizar um repositório com as informações da assistência estudantil nacional. Com a reedição da coleta de dados, a expectativa é que se crie uma série histórica que permita o monitoramento da evolução da proteção estudantil ao longo dos anos.

A coleta foi aberta em 16 de maio e receberá respostas até 8 de junho. O questionário contém 126 questões que abrangem as 10 alíneas do Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), responsável por uma parte importante do financiamento da assistência estudantil nas IFES.

Cepêda explica que a pesquisa está gerando o mapa da assistência estudantil no campo das estruturas, ações e coberturas realizadas pelas IFES. “O objetivo é qualificar a estrutura funcional das modalidades específicas de cada instituição. Como resultado final, esperamos até outubro poder descrever, avaliar e qualificar a assistência estudantil no plano nacional e subsidiar o Fonaprace e a Andifes na defesa dos recursos para proteção estudantil, fundamentais para o processo de democratização de ingresso da universidade pública”, avalia a docente.

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Conselho da Andifes debate política nacional de assistência estudantil, acesso de refugiados à Educação Superior e indicadores de qualidade

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Reitor e Pró-Reitora de Graduação da UFSCar junto com gestores da UFABC e da Unifesp. Instituições, que participam da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, construirão estratégias para ampliar oportunidades de refugiados que vivem no Brasil terem acesso às universidades federais. (Foto: Ascom/Andifes)

A última reunião do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), realizada nos dias 18 e 19 de novembro, foi marcada pela realização de seminário sobre assistência estudantil que discutiu a definição de indicadores para a consolidação de uma Política Nacional de Assistência Estudantil.

Leonardo Barbosa e Silva, atual coordenador do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace), apresentou as propostas do Fórum para uma Política Nacional que represente um avanço em relação ao Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), no sentido de permitir a concretização das metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE), configurar a assistência estudantil como política de Estado e, assim, promover a estabilização do processo de democratização da Educação Superior no Brasil. Silva também destacou que há três projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional que precisam ser unificados com vistas à construção de uma proposta comum que parta de consensos em relação aos marcos, alcances e limites da Política Nacional. Continue reading

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Equipe de assistentes sociais da ProACE define cronograma de trabalho para atualização do Programa de Assistência Estudantil da UFSCar

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Assistentes sociais reunidos para apreciação do Programa de Assistência Estudantil da UFSCar (Foto: ProACE)

Dando continuidade aos estudos voltados à atualização do Programa de Assistência Estudantil da UFSCar – cujos resultados iniciais foram apresentados na última reunião do Conselho de Assuntos Comunitários e Estudantis (CoACE), no dia 1º de setembro –, aconteceu nos dias 3 e 4 de setembro reunião entre assistentes sociais dos campi Araras, São Carlos e Sorocaba da Universidade, que contou também com a presença do Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Estudantis, Geraldo Costa Dias Júnior, e do Diretor de Assistência Social da ProACE, Ocimar Rodrigues.

A elaboração da proposta de atualização está a cargo de uma comissão indicada pelo próprio CoACE em maio deste ano, composta por um assistente social de cada um dos quatro campi da UFSCar e pela Pró-Reitora Adjunta da ProACE, Maria Aparecida Mello. O trabalho visa, a partir da reflexão sobre os resultados dos quatro anos de funcionamento da atual configuração do Programa, implantada em 2012, adequá-lo às novas demandas e desafios gerados por transformações na Universidade e, também, às diretrizes do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). Continue reading

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