O Conselho Universitário (ConsUni) da UFSCar aprovou por unanimidade, em reunião realizada na manhã desta sexta-feira (30/8), a adesão da Instituição ao programa Mais Médicos para o Brasil. Em nota, o Conselho manifesta o entendimento de que “é papel da Universidade atuar em prol da transformação do serviço público de Saúde na direção das demandas e necessidades urgentes da população brasileira e que aderir ao Mais Médicos significa, principalmente, participar dos debates e ações voltados a essa transformação e, mais especificamente, à qualificação da formação dos profissionais de Saúde no País”.
O Reitor da Universidade e Presidente do ConsUni, Targino de Araújo Filho, destacou que o programa Mais Médicos é mais amplo do que aquilo que vem sendo veiculado, tratando-se de uma estratégia de aperfeiçoamento da formação médica no Brasil. “O Mais Médicos não começa com a edição da Medida Provisória que criou o programa. A UFSCar, inclusive, já tem docentes participando dos debates e ações relacionados ao Programa há mais tempo, sendo que um deles integra a comissão de avaliação e aprimoramento da MP e dois outros estiveram, no início do ano, em missão para conhecer a realidade do sistema de Saúde de Cuba e, agora, já estão integrados ao processo de capacitação dos profissionais cadastrados no Mais Médicos. Com a assinatura do termo de adesão, além de continuar integrada a esse debate, a Universidade deverá designar um docente para ser tutor no Programa e, nessa função, realizar seleção de supervisores para o processo de capacitação. Como supervisores, poderão ser selecionados tanto docentes da Universidade quanto profissionais da rede pública de Saúde. Futuramente, há a expectativa de que também estejamos envolvidos no que está sendo chamado de UnA-SUS, a Universidade Aberta do SUS, voltada à concretização de cursos de educação a distância”, esclareceu o Reitor.
“Frente à situação de caos em que se encontra o atendimento público em Saúde no Brasil, a Medida Provisória que cria o Mais Médicos foi um ato político do Governo que, finalmente, gerou a convulsão social que resultou na discussão desse tema negligenciado há 500 anos em nosso país. E será necessário fôlego, pois o enfrentamento não será fácil, como já estamos podendo notar”, afirmou Bernardino Geraldo Alves Souto, Coordenador do curso de Medicina da UFSCar que integra a comissão dos ministérios da Saúde e da Educação responsável pela revisão da Medida Provisória. “Há algumas frentes que precisam ser trabalhadas: a qualificação da gestão do sistema público de Saúde; seu financiamento adequado, bem como o aumento do aporte estrutural para a Saúde; a qualificação da formação em Saúde; e o aumento do contingente de profissionais disponíveis ao Sistema Único de Saúde. A MP trata dos dois últimos pontos, que são emergenciais frente à falta de assistência à população. Não havia outra alternativa além de fazer essa provocação e nós fomos convidados a fazer parte dela e propor os aprimoramentos técnicos necessários para que os demais desafios também possam ser enfrentados. Fomos convidados, assim, a participar de um processo de mudança social no País, e precisamos ter claro que o que acontecerá daqui para a frente depende da pressão que nós, e também os movimentos sociais, fizermos”, avaliou Souto. Continue reading →