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UFSCar receberá 59 novos estudantes indígenas nos cursos de graduação

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Novos e antigos estudantes indígenas da UFSCar reúnem-se no Centro de Culturas Indígenas da Universidade para atividades de integração antes do início das aulas (Foto: Beatriz Maia – AECR/UFSCar)

Neste ano, a UFSCar receberá 59 novos estudantes indígenas nos cursos de graduação de seus quatro campi. Os ingressantes pertencem a 29 povos indígenas do País e vêm, em sua maioria, dos Estados de Amazonas e Pernambuco. Serão 37 novos estudantes indígenas no Campus São Carlos, 12 no Campus Sorocaba, cinco no Campus Araras e outros cinco no Campus Lagoa do Sino, que receberá estudantes indígenas pela primeira vez. Com isso, a UFSCar totaliza 143 estudantes indígenas na graduação, de 39 etnias. Como há uma vaga adicional em cada um dos 64 cursos de graduação da UFSCar para candidatos do processo seletivo para indígenas, praticamente todos os cursos da Universidade receberão ingressantes indígenas em 2016. Dos processos seletivos específicos para a graduação, ingressarão também quatro estudantes refugiados e sete do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G).

No processo seletivo de estudantes indígenas para este ano foram homologadas 479 inscrições dos 551 pedidos de candidatos indígenas de 16 Estados de todas as regiões do País, mais que o dobro do ano passado, quando foram recebidas 260 inscrições. O aumento se deve, em grande parte, à mudança no processo seletivo, que, em sua nona oferta, realizou pela primeira vez provas em quatro capitais: Cuiabá, Manaus, Recife e São Paulo. Até a edição passada, as provas eram realizadas exclusivamente no Campus São Carlos da UFSCar. A mudança foi aprovada pelo Conselho de Graduação (CoG) em maio de 2015, a partir de proposta dos próprios estudantes indígenas da Universidade. O objetivo é facilitar o deslocamento de candidatos de regiões do País que têm grande concentração de aldeias indígenas. A decisão foi subsidiada pelos números do processo seletivo para 2015, quando a UFSCar homologou a inscrição de 237 candidatos indígenas e pouco menos da metade compareceu às provas.

Acolhimento e integração

A recepção dos novos estudantes indígenas teve início nesta semana em todos os campi da Universidade, com exceção do Campus Lagoa do Sino, onde começará na próxima semana. A programação segue até o início das aulas também com os estudantes ingressantes pelo PEC-G e pelo processo seletivo para refugiados, em iniciativa conjunta da Coordenadoria de Ações Afirmativas e outras Políticas de Equidade (Caape) da Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad) com os próprios estudantes da Universidade. Desde 2010, os estudantes indígenas organizam temas que consideram importantes para os calouros e contribuem com a realização das atividades de recepção, que têm como objetivo apresentar a Universidade, informar procedimentos relevantes para a vida acadêmica e integrar os estudantes.

“Os nossos estudantes indígenas constroem conosco as atividades de integração, nos trazendo demandas de atividades que eles julgam importantes e também participando da realização. Com base nas próprias experiências, eles são as melhores pessoas para identificar o que é importante para os calouros, e essa participação efetiva também contribui para a formação de amizades e redes de apoio que se consolidam no tempo em que passam na Universidade. Desde 2014 fazemos o acolhimento também com os estudantes PEC-G e, neste ano, convidamos os estudantes refugiados para participar da integração, com a certeza de que poderão se beneficiar bastante deste momento”, afirma a Coordenadora da Caape, Thaís Juliana Palomino.

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I Semana dos Estudantes Indígenas da UFSCar discute os desafios desses estudantes e vai além ao propor a reflexão sobre o que vem depois dessa formação

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Da esquerda para direita, Gian Massi, Lennon Ferreira Corezomaé, Mayara Suni e Erinilso de Souza Manchinery, que participaram da mesa sobre os desafios que vêm após a conclusão dos estudos de graduação. (Crédito: Beatriz Maia / AECR-UFSCar)

Entre os dias 14 e 16 de abril, o Campus São Carlos da UFSCar sediou a I Semana dos Estudantes Indígenas, evento organizado pelo Centro de Culturas Indígenas (CCI) da Universidade, com o apoio da Coordenadoria de Ações Afirmativas e outras Políticas de Equidade (Caape) da Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad). A programação do evento, sob o tema “Reconstruindo a História do Brasil”, contou com mesas temáticas que propuseram reflexões sobre diversos desafios dos estudantes indígenas no Ensino Superior, abordando questões relacionadas a ingresso, ao período após a conclusão do curso, a mobilização e à formação na área da Saúde. Além disso, foram realizadas apresentações culturais e um torneio esportivo, para celebrar as culturas indígenas presentes na Universidade e promover a integração entre os estudantes.

Paulo Henrique Gomes da Silva, estudante do curso de Gestão e Análise Ambiental, indígena da etnia Pankararu e um dos responsáveis pela organização do evento, explica que a Semana era um desejo antigo dos estudantes, que se tornou possível a partir da realização do primeiro Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (ENEI) na UFSCar, em 2013. “Há alguns anos sentimos a necessidade de refletirmos com a Universidade os desafios que enfrentamos aqui. O ENEI abriu as portas para organizarmos esse tipo de evento, que foi bastante discutido nas reuniões semanais do CCI até tomar forma. Quando falamos em reconstruir a história do Brasil, estamos falando em desconstruir os estereótipos que as pessoas têm dos indígenas, mudar a visão preconceituosa que muitos ainda têm. A Semana é importante também para informar os colegas que ingressaram mais recentemente, mostrar as histórias de sucesso, as perspectivas que temos dentro da Universidade hoje, e juntar forças para enfrentarmos os desafios que ainda nos são impostos”, avalia o estudante. Hoje, estudam nos cursos de graduação da UFSCar 93 indígenas, de 29 etnias de diferentes regiões do País, e neste ano ingressou o primeiro estudante indígena na pós-graduação da UFSCar.

Desafios na pós-formação

Um dos destaques da Semana foi a mesa “Desafio dos indígenas na pós-formação”, composta pelos estudantes indígenas da Universidade Lennon Ferreira Corezomaé, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação; Mayara Suni e Erinilso de Souza Manchinery, do curso de Ciências Sociais; e Gian Massi, da Licenciatura em Ciências Biológicas do Campus Araras. Sete anos após o ingresso dos primeiros estudantes indígenas na UFSCar através do Programa de Ações Afirmativas da Universidade, a mesa propiciou debates sobre acesso à pós-graduação e realidade dos profissionais indígenas no contexto das lutas pelo reconhecimento de seus povos. Continue reading

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Grupo de pesquisa da UFSCar distribui materiais didáticos para o ensino das culturas indígenas nas escolas de São Carlos

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Equipe do LEETRA e outros envolvidos com a elaboração dos materiais durante a apresentação. (Crédito: Beatriz Maia / AECR-UFSCar)

Na última sexta-feira, dia 10, aconteceu no Museu da Ciência e Tecnologia de São Carlos a distribuição de materiais didáticos com temática indígena elaborados pelo Grupo de Pesquisa Interdisciplinar “Linguagens, Etnicidades e Estilo em Transição” (LEETRA), do Departamento de Letras (DL) da UFSCar, em parceria com Coordenadoria de Ações Afirmativas e outras Políticas de Equidade (Caape) da Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad) da Universidade e a Secretaria de Educação de São Carlos. O material foi entregue aos diretores de escolas do Ensino Fundamental do Município, para que seja encaminhado aos professores que, por sua vez, terão a oportunidade de levar o conteúdo para a sala de aula. A elaboração do material visa atender a lei 11.645/08, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura afro-brasileiras e indígenas em todas as escolas brasileiras.

No evento, estiveram presentes representantes da Caape, membros do LEETRA, representantes da Secretaria de Educação e estudantes indígenas da Universidade, além dos diretores das escolas. Na abertura, os convidados apresentaram o processo de elaboração do material e a importância de valorizar as culturas indígenas desde o princípio da vida escolar. A Coordenadora da Caape, Thaís Juliana Palomino, destacou a riqueza das culturas indígenas, e o papel da educação para promover relações igualitárias. “Nós aprendemos na escola que o índio é uma pessoa com características bem distintas, que vive na floresta, caça e anda nu. Hoje, só na UFSCar, temos 29 etnias diferentes, que têm costumes diferentes e culturas bastante particulares. O que esse material propõe é que se olhe para essas culturas e que se aprenda com elas, desconstruindo essa imagem do índio como um ser selvagem. Isto só pode ser feito em diálogo com os próprios indígenas, tendo a oportunidade de ouvi-los e deixando que eles falem por si. A educação para as relações étnico-raciais vem para que as pessoas se relacionem de formas mais igualitárias com todos os grupos, celebrando as diversidades e proporcionando aprendizagens de todos os lados”, afirmou Palomino.

Luciano Quezo, indígena da etnia Umutina, estudante do curso de Letras da UFSCar e um dos autores do material, abordou em sua fala as possíveis formas de uso desse material e as implicações da valorização das culturas indígenas. “Esperamos que os professores usem o que está no material, que estabeleçam um diálogo com ele e orientem seus alunos para o conhecimento das culturas dos indígenas do Brasil. Este é o mecanismo que nós temos para acabar com os estereótipos de que o índio só serve para ficar na floresta, que ele não pode estar na sociedade, não pode ser um cidadão. A inserção dos indígenas na Universidade foi o primeiro passo para essa desconstrução, trocamos experiências com diferentes pessoas e realizamos trabalhos como este que entregamos hoje, para promover uma educação libertadora”, pontuou o estudante. Continue reading

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