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Estudante da UFSCar participa de sessão sobre direitos dos povos indígenas a convite da ONU

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Da esquerda para a direita, Maximiliano Correa Menezes, presidente da Coiab; Victoria Tauli Corpuz, Relatora Especial da ONU; e Marcondy Maurício de Souza, estudante da UFSCar, na sede da ONU, em Genebra. (Foto: Arquivo Pessoal)

O estudante de graduação em Biotecnologia da UFSCar Marcondy Maurício de Souza, da etnia Kambeba do Amazonas, participou da 8ª Sessão de Mecanismos de Especialistas sobre Direitos dos Povos Indígenas, conferência do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). O evento, realizado na sede europeia da ONU em Genebra entre os dias 19 e 24 de julho, reuniu lideranças indígenas e não indígenas de todo o mundo para discutir formas de garantir os direitos dos povos tradicionais. Marcondy, que participou também do Fórum Permanente para Questões Indígenas da ONU em maio deste ano, em Nova Iorque, teve a participação financiada pelo Fundo Voluntário para Povos Indígenas da Organização. Como único indígena brasileiro selecionado através de edital para a participação, o estudante representou, além de seu povo, a UFSCar e o Centro de Culturas Indígenas da Universidade, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e, dessa forma, os mais de trezentos povos indígenas brasileiros.

Durante as plenárias da Sessão, o estudante leu dois documentos, nos quais cobrou a ampliação do acesso dos indígenas a todas as universidades por meio de ações afirmativas, a exemplo do que acontece na UFSCar, e a garantia da permanência com qualidade. Outro destaque dos documentos é a necessidade de aprimorar o ensino em diferentes níveis para permitir a inclusão, de fato, das culturas indígenas nos currículos, com a participação dos povos brasileiros para a valorização dos conhecimentos tradicionais. Além disso, as falas contemplaram violações de direitos humanos dos povos indígenas do País, apontando para a urgência da retomada do processo constitucional de demarcação das terras indígenas. Junto com o Presidente da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Maximiliano Correa Menezes, do povo Tukano, que participou da Sessão como ouvinte, Marcondy de Souza reuniu-se também com a Relatora Especial da ONU Victoria Tauli Corpuz, ocasião em que entregou uma carta na qual detalha a situação dos povos indígenas do Brasil, explicitando as falhas legais que impedem a efetivação de direitos. A carta solicita também uma visita da Relatora ao Brasil e a observação do não cumprimento de tratados internacionais dos quais o País é signatário. Outro encontro realizado na ONU foi com o representante do Itamaraty, Carlos Eduardo da Cunha de Oliveira. Na conversa, o estudante relatou a experiência da UFSCar com o Programa de Ações Afirmativas e o acesso dos estudantes indígenas.

Biodiversidade

Dentre os temas pautados na Sessão, Marcondy destaca a discussão das relações com as indústrias, que, como relata o estudante, se apropriam de conhecimentos tradicionais e plantas nativas sem observação da regulamentação e, consequentemente, sem oferecer contrapartida. Continue reading

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Conselho de Graduação aprova mudanças nos processos de seleção de candidatos indígenas e refugiados para os cursos de graduação da UFSCar

A 50ª Reunião Ordinária do Conselho de Graduação (CoG) da UFSCar, realizada na última segunda-feira (11/5), aprovou mudanças importantes nos processos específicos de seleção de candidatos indígenas e candidatos refugiados para os cursos de graduação da Universidade.

A alteração no processo seletivo para candidatos indígenas partiu de uma demanda do Centro de Culturas Indígenas (CCI) da Universidade que, junto com as coordenadorias de Ações Afirmativas e outras Políticas de Equidade (Caape) e de Ingresso na Graduação (CIG) da Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad), avaliou os dados de inscrição e ingresso dos anos anteriores, bem como as demandas dos povos indígenas do País. Com a aprovação do Conselho, o processo seletivo para o ano de 2016 será realizado em quatro capitais – Cuiabá, Manaus, Recife e São Paulo –, e não mais no Campus São Carlos, como nos anos anteriores. O objetivo da mudança é facilitar o deslocamento de candidatos de regiões do País que têm grande concentração de aldeias indígenas.

Para que a mudança possa ser viabilizada, o formato do processo seletivo será alterado, não compreendendo mais a avaliação oral realizada originalmente. Avaliou-se que a prova, concebida para valorizar a tradição oral dos povos indígenas, já não contribuía de forma significativa no resultado da seleção, e por isso optou-se por excluí-la em benefício da aplicação em diferentes capitais. A decisão foi subsidiada pelos números do processo seletivo para 2015, quando a UFSCar homologou a inscrição de 237 candidatos indígenas e pouco menos da metade compareceu às provas. Continue reading

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Estudantes de graduação da UFSCar participam do Fórum Permanente da ONU para Questões Indígenas

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Da direita para a esquerda, Ariabo Kezo e Marcondy Maurício de Souza, durante o evento na sede da ONU em Nova Iorque. (Crédito: Divulgação)

A UFSCar foi representada pela primeira vez na Organização das Nações Unidas (ONU), durante a 14ª Sessão do Fórum Permanente para Questões Indígenas, realizada entre os dias 20 de abril e 1º de maio na sede da ONU, em Nova Iorque. Ariabo Kezo, da etnia Balatiponé e estudante do curso de Letras, Marcondy Maurício de Souza, da etnia Kambeba e estudante de Biotecnologia, e Roseli Rodrigues de Mello, docente do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP) da UFSCar, participaram das atividades do Fórum, que é realizado anualmente. O objetivo da Sessão foi fazer um balanço entre governos e organizações, verificando o cumprimento de acordos mundiais relacionados às questões indígenas e fazendo o acompanhamento das relações entre Estados, entidades e indivíduos.

A participação dos representantes da UFSCar foi viabilizada a partir do credenciamento da Universidade como instituição observadora da ONU, o que, inclusive, abre possibilidades para que outras pessoas vinculadas à UFSCar participem dos diversos fóruns que a Organização promove para o acompanhamento de grandes questões mundiais em diferentes áreas. A participação de Kezo foi financiada pelo Centro para Documentação, Pesquisa e Informação de Pessoas Indígenas (doCip) da ONU, o que permitiu que o estudante integrasse as atividades de formação para se tornar observador do Fórum e tivesse direito a pronunciamento durante as reuniões.

O estudante valoriza o aprendizado nas duas semanas de atividades, e destaca a importância de reunir lideranças no debate sobre as questões indígenas. “Pudemos ver como o nosso país ainda está bastante atrasado no que diz respeito aos direitos dos povos indígenas, que são constantemente violados pelo Estado. Na UFSCar, desde o ingresso dos primeiros estudantes indígenas pelo Programa de Ações Afirmativas, vimos construindo nossa formação acadêmica e, também, enquanto lideranças para lutarmos pelos nossos direitos. Estar na ONU discutindo as grandes questões de povos indígenas do mundo todo é uma oportunidade muito importante de ouvir outras pessoas e entender todos os processos dentro da Organização, como denúncias e construção de documentos”, afirma Kezo. O vídeo com a fala completa de Kezo em nome dos 29 povos indígenas presentes na UFSCar e dos 305 povos do País está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=yb_zIWYkT7s.

Os debates e pronunciamentos dos representantes do Brasil motivaram uma audiência com a relatoria do Fórum para abordar de forma aprofundada a situação do País e apresentar um conjunto de demandas e propostas organizadas pelos participantes. Continue reading

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I Semana dos Estudantes Indígenas da UFSCar discute os desafios desses estudantes e vai além ao propor a reflexão sobre o que vem depois dessa formação

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Da esquerda para direita, Gian Massi, Lennon Ferreira Corezomaé, Mayara Suni e Erinilso de Souza Manchinery, que participaram da mesa sobre os desafios que vêm após a conclusão dos estudos de graduação. (Crédito: Beatriz Maia / AECR-UFSCar)

Entre os dias 14 e 16 de abril, o Campus São Carlos da UFSCar sediou a I Semana dos Estudantes Indígenas, evento organizado pelo Centro de Culturas Indígenas (CCI) da Universidade, com o apoio da Coordenadoria de Ações Afirmativas e outras Políticas de Equidade (Caape) da Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad). A programação do evento, sob o tema “Reconstruindo a História do Brasil”, contou com mesas temáticas que propuseram reflexões sobre diversos desafios dos estudantes indígenas no Ensino Superior, abordando questões relacionadas a ingresso, ao período após a conclusão do curso, a mobilização e à formação na área da Saúde. Além disso, foram realizadas apresentações culturais e um torneio esportivo, para celebrar as culturas indígenas presentes na Universidade e promover a integração entre os estudantes.

Paulo Henrique Gomes da Silva, estudante do curso de Gestão e Análise Ambiental, indígena da etnia Pankararu e um dos responsáveis pela organização do evento, explica que a Semana era um desejo antigo dos estudantes, que se tornou possível a partir da realização do primeiro Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (ENEI) na UFSCar, em 2013. “Há alguns anos sentimos a necessidade de refletirmos com a Universidade os desafios que enfrentamos aqui. O ENEI abriu as portas para organizarmos esse tipo de evento, que foi bastante discutido nas reuniões semanais do CCI até tomar forma. Quando falamos em reconstruir a história do Brasil, estamos falando em desconstruir os estereótipos que as pessoas têm dos indígenas, mudar a visão preconceituosa que muitos ainda têm. A Semana é importante também para informar os colegas que ingressaram mais recentemente, mostrar as histórias de sucesso, as perspectivas que temos dentro da Universidade hoje, e juntar forças para enfrentarmos os desafios que ainda nos são impostos”, avalia o estudante. Hoje, estudam nos cursos de graduação da UFSCar 93 indígenas, de 29 etnias de diferentes regiões do País, e neste ano ingressou o primeiro estudante indígena na pós-graduação da UFSCar.

Desafios na pós-formação

Um dos destaques da Semana foi a mesa “Desafio dos indígenas na pós-formação”, composta pelos estudantes indígenas da Universidade Lennon Ferreira Corezomaé, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação; Mayara Suni e Erinilso de Souza Manchinery, do curso de Ciências Sociais; e Gian Massi, da Licenciatura em Ciências Biológicas do Campus Araras. Sete anos após o ingresso dos primeiros estudantes indígenas na UFSCar através do Programa de Ações Afirmativas da Universidade, a mesa propiciou debates sobre acesso à pós-graduação e realidade dos profissionais indígenas no contexto das lutas pelo reconhecimento de seus povos. Continue reading

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