
Representantes do projeto Ulises discutem estratégias de internacionalização em evento realizado na UFSCar (Foto: Izabela Cardoso – CCS/UFSCar)
Durante os dias 12 e 13 de novembro, a UFSCar sediou a reunião final do projeto Ulises (Universities Linking Initiatives and Synergies in Europe and South America), com o tema “Relacionando mobilidade, empregabilidade e desenvolvimento local: Novas prioridades na cooperação entre Europa e América Latina na Educação Superior”. O encontro, organizado pela Diretora da Divisão de Convênios para Relações Internacionais da Secretaria Geral de Relações Internacionais (SRInter) da Universidade, Maria Estela Antonioli Pisani Canevarolo, reuniu representantes das instituições participantes do projeto e a comunidade universitária da UFSCar e promoveu mesas que apresentaram o projeto e discutiram seus objetivos. Uma das ênfases do Ulises é a empregabilidade associada à internacionalização e, para abordar o tema, estudantes e ex-alunos da Universidade que participaram de programas de mobilidade compartilharam suas experiências, relacionando-as com os desdobramentos da vida profissional.
Um dos destaques do evento foi a apresentação do Vice-Reitor de Relações Internacionais e Mobilidade da Universidade de Coimbra, Joaquim Ramos de Carvalho, sobre os impactos do programa Ciência sem Fronteiras (CsF) nas instituições de Ensino Superior europeias. O tema foi investigado no âmbito do projeto Alisios (Academic Links and Strategies for the Internationalisation of the High Education Sector), coordenado por Carvalho, que reuniu informações institucionais das universidades europeias para traçar um amplo diagnóstico. Uma das questões investigadas foi em que medida o CsF promoveu cooperações mais fortes do que o simples intercâmbio de estudantes. De acordo com os relatórios, 35% das respostas apontaram positivamente para parcerias aprofundadas, enquanto 85% das instituições afirmaram que gostariam de estabelecer mais parcerias com universidades brasileiras. A pesquisa apontou também alguns desafios para a internacionalização, como o reconhecimento por parte das instituições de origem das atividades realizadas pelos estudantes nas universidades europeias, bem como entraves na comunicação entre as instituições. O estudo sugere, também, que se estabeleçam parcerias interinstitucionais que enquadrem a mobilidade, tanto para desenvolver ainda mais o potencial do CsF, como para aumentar a mobilidade de estudantes europeus para o Brasil.
Para o Vice-Reitor da Universidade de Coimbra, é necessário que as instituições de Ensino Superior brasileiras e europeias pensem em novos projetos para aprimorar suas estratégias de internacionalização. “O Ciência sem Fronteiras colocou o Brasil na agenda das universidades da Europa quando promoveu a mobilidade de uma enorme quantidade de estudantes. Como esse processo foi bastante rápido, começamos agora a avaliar os impactos e a pensar em estratégias para o que tenho destacado ser fundamental nesse aspecto – o estabelecimento de relações profundas e consistentes entre as universidades. Para que uma universidade seja verdadeiramente internacional, não basta que ela promova a mobilidade. É necessário que ela atue em diferentes vertentes, inclusive para receber bem seus estudantes de outros países. É preciso investimento, é evidente, mas também é preciso questionamento: será que estamos sendo realmente globais? O estímulo à diversidade é fundamental nesse aspecto, precisamos trabalhar com tradições diferentes e não permitir que as barreiras culturais permaneçam dentro de nossas instituições”, afirma Carvalho.
Ulises
O projeto Ulises foi iniciado em outubro de 2013 e vai até dezembro deste ano, no contexto do programa de cooperação e mobilidade Erasmus Mundus. A UFSCar é a única instituição brasileira participante e, juntamente com a AUGM (Associação de Universidades Grupo Montevidéu), a Universidad Nacional de Chilecito (Undec, da Argentina) e a Universidad de La República (Udelar, do Uruguai), compõe o bloco da América Latina. Nos países da Europa, os parceiros são o Observatório das Relaciones Unión Europea – América Latina (Obreal, da Espanha), a Agencia Nacional de Evaluacion de la Calidad y la Acreditacion da Espanha (Aneca), a Tilburg University (holandesa), a Université de Montpellier (França) e a Università degli Studi di Roma “La Sapienza” (italiana). Entre seus objetivos esteve a promoção da mobilidade dentro das regiões e entre elas e, também, das condições de empregabilidade dos graduados, pelo fomento às relações entre as instituições de Ensino Superior e representantes das indústrias.