Uma parceria entre as pró-reitorias de Gestão de Pessoas (ProGPe), de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProACE) e de Extensão (ProEx) e os departamentos de Fisioterapia (DFisio) e Enfermagem (DEnf) está promovendo avaliações e intervenções ergonômicas em postos de trabalho do Campus São Carlos da UFSCar. O projeto teve início em 2012, como parte das atividades de estágio oferecidas aos estudantes do curso de graduação em Fisioterapia, e utilizou a Secretaria Geral de Educação a Distância como campo para o desenvolvimento. Os estudantes, supervisionados por docentes do DFisio, realizaram avaliações dos postos de trabalho, aplicaram questionários para conhecer hábitos e queixas e realizaram exames físicos. O grupo propôs também alterações, como ajustes na altura de cadeiras, posicionamento de mouse e correções de postura. Teve início, então, a implementação da ginástica laboral, realizada duas vezes por semana desde o começo deste ano com os funcionários da SEaD no próprio espaço de trabalho, visando bom alongamento e fortalecimento muscular.
A partir do sucesso da primeira iniciativa, o grupo, coordenado pela docente do DFisio Tatiana de Oliveira Sato, estabeleceu diálogo com as demais unidades da Universidade, a fim de buscar outros campos de aplicação. A ProGPe, por meio de sua Divisão de Saúde e Segurança no Trabalho (DiSST), realizou um levantamento de ambientes da UFSCar que poderiam ser beneficiados com as intervenções, diminuindo o número de afastamentos e promovendo a Saúde do servidor. A iniciativa contempla também a relação de projetos prioritários para a área de Saúde e segurança no trabalho da ProGPe, que, conforme noticiado em abril deste ano, elenca a ergonomia como uma de suas prioridades. A proposta contou também com o apoio do Departamento de Atenção à Saúde (DeAS) da ProACE e com orientações da ProEx, que auxiliaram na submissão de proposta ao edital do Programa de Extensão Universitária (ProExt) para 2016.
Em reuniões realizadas ao longo do mês de julho, definiu-se o início da nova fase do projeto na Biblioteca Comunitária (BCo), que receberá em breve a equipe para as avaliações. Tatiana Sato explica que os servidores públicos federais e os trabalhadores terceirizados apresentam demandas específicas em relação à ergonomia, embora pouco se conheça sobre os principais problemas enfrentados por esses trabalhadores, o que também limita o conhecimento sobre experiências bem sucedidas. Nesse sentido, a proposta busca compreender as demandas de saúde dos trabalhadores e, a partir dessa compreensão, construir ações.
A proposta de extensão é interdisciplinar e multiunidades, tendo surgido a partir de diversas demandas, sendo uma delas a necessidade de inserção de estudantes de Enfermagem e Fisioterapia em atividades voltadas à promoção da Saúde. Outro aspecto destacado pela docente é o reconhecimento por parte dos gestores da necessidade de atenção à Saúde, razão da institucionalização da iniciativa. Sato ressalta também que a iniciativa pratica a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, e cita planos de estender as atividades aos trabalhadores terceirizados que atuam na Universidade. “Temos a experiência de que os problemas músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho são subnotificados, uma vez que comumente se atribui as suas causas a problemas individuais, como estresse ou um simples ‘mau jeito’. Nossa iniciativa vem no sentido de diagnosticar e intervir no ambiente de trabalho para que este não seja o causador de problemas. Realizando as atividades como parte do estágio obrigatório dos estudantes, contribuímos com o ensino nos cursos de Fisioterapia e Enfermagem, colhemos dados para pesquisas sobre o tema e fazemos intervenções para beneficiar servidores”, afirma a docente.