Colégio Eleitoral confirma escolha da comunidade universitária para a Gestão 2012-2016 da UFSCar

Na última sexta-feira (3/8), um Colégio Eleitoral composto pelos membros do Conselho Universitário da UFSCar indicou o nome dos professores Targino de Araújo Filho e Adilson Jesus Aparecido de Oliveira para ocuparem, respectivamente, os cargos de Reitor e Vice-Reitor da Instituição no período 2012-2016. A decisão confirma a escolha da comunidade universitária que, em pesquisa eleitoral paritária realizada no dia 19 de junho, elegeu a Chapa 1 “Excelência Acadêmica com Compromisso Social” para a Gestão 2012-2016 da Universidade. Além dos candidatos aos cargos de Reitor e Vice-Reitor, a Chapa é composta por Claudia Raimundo Reyes (Pró-Reitoria de Graduação), Débora Cristina Morato Pinto (Pró-Reitoria de Pós-Graduação), Heloisa Sobreiro Selistre de Araújo (Pró-Reitoria de Pesquisa), Claudia Maria Simões Martinez (Pró-Reitoria de Extensão), Geraldo Costa Dias Júnior (Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis), Mauro Rocha Côrtes (Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas) e Néocles Alves Pereira (Pró-Reitoria de Administração).
As listas tríplices com os nomes indicados para os cargos de Reitor e Vice-Reitor serão agora encaminhadas ao Ministério da Educação. A posse da nova equipe está prevista para acontecer entre o final de outubro e o início de novembro deste ano. “Eu gostaria de agradecer este Colégio Eleitoral e, especialmente, toda a comunidade universitária, e principalmente quero destacar a importância de mantermos esse processo democrático de decisão, com a participação paritária da comunidade na escolha dos dirigentes da Universidade, que é uma conquista histórica e uma marca da nossa instituição”, declarou o Reitor eleito e atual dirigente da UFSCar ao final da votação.
Targino de Araújo Filho comentou, em entrevista concedida ao Blog da Reitoria logo após o encerramento do Colégio Eleitoral, os principais desafios e expectativas para os próximos anos. Confira a entrevista.

Como você avalia a Gestão 2008-2012, que se encerra em novembro?
Nossa gestão foi indubitavelmente marcada pelo esforço empreendido para a consolidação do crescimento da Universidade, especialmente no âmbito do Reuni. Este era o nosso grande desafio quando assumimos, em 2008, e minha avaliação é que conseguimos dar passos enormes, conseguimos concretizar o projeto de forma organizada, com planejamento. Posso afirmar que o processo de implantação do Reuni aqui na UFSCar foi um dos mais tranquilos entre as Instituições Federais de Ensino Superior. É claro que há problemas, coisas para acertar, mas já temos inclusive o mapeamento do que falta para completarmos a implantação do Reuni. Nossa expectativa é que possamos empreender as negociações junto ao Governo Federal, para equacionarmos nossas demandas, especialmente no que diz respeito a pessoal, exatamente neste momento. Para tanto, para que as especificidades da UFSCar possam ser caracterizadas e atendidas, destaco que será fundamental a discussão que o Conselho Universitário propôs na Reunião Extraordinária que aconteceu logo após o Colégio Eleitoral, em que se identificou a relevância de discutirmos de forma aprofundada as condições atuais de funcionamento da UFSCar, o que ela tem de especificidades em relação a outras instituições, com destaque ao que chamamos de passivo de pessoal, ou seja, às necessidades que já existiam antes mesmo do processo de expansão.

E agora, como Reitor eleito, quais são as principais expectativas para o próximo período?
A tarefa de gerenciar a implantação do Reuni, a consolidação da expansão da Universidade, consumiu a maior parte das energias da Gestão 2008-2012 e, com isso, muitas vezes foi difícil olharmos para outras questões. Minha expectativa é que agora possamos tratar essas questões com a devida atenção, pensar políticas envolvendo, dentre outras áreas, o aperfeiçoamento da gestão multicampi, o processo de internacionalização da Universidade, os processos avaliativos e a reflexão sobre os processos de ensino e aprendizagem no atual contexto. Destaco também a necessidade específica de equacionamento de questões relacionadas à área da Saúde na UFSCar.
Como já comentei anteriormente, também é imprescindível e urgente o equacionamento do passivo de pessoal da Universidade, para que tenhamos um quadro de servidores docentes e técnico-administrativos condizente com a qualidade do trabalho que a UFSCar realiza e à altura dos desafios que sua comunidade universitária assume. Além disso, em relação aos processos administrativos, é preciso partir da compreensão de que temos hoje uma nova universidade, maior e muito mais complexa, e estou confiante de que conseguiremos reestruturar esses procedimentos, por meio de estratégias envolvendo mapeamento de processos e, também, sua informatização.
Já no âmbito externo à Universidade, vejo como um dos pontos mais relevantes a continuidade da luta pela autonomia universitária, para que não fiquemos tão dependentes de diferentes políticas de governo.

A Gestão 2008-2012 também foi marcada pelo processo de atualização do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFSCar. O que significa iniciar a próxima gestão com um novo PDI?
Aqui é preciso retomar o fato de que a UFSCar é hoje uma nova universidade. O Plano que resultará desse processo de atualização já foi elaborado no âmbito dessa nova Instituição e traz, por isso, reflexos das expectativas da quantidade significativa de novos integrantes da comunidade universitária, especialmente servidores docentes e técnico-administrativos. Ao mesmo tempo, o processo de atualização reafirmou princípios, diretrizes e projetos consolidados no Plano aprovado em 2004, prevendo, inclusive, o aperfeiçoamento desses projetos, dentre os quais destaco, como exemplo, o Programa de Ações Afirmativas.
Reitero que, no período 2008-2012, nossa atenção, nosso trabalho e, também, grande parte dos recursos financeiros da Universidade foram canalizados para o processo de crescimento da Instituição e, como disse antes, a expectativa é que agora possamos nos aprofundar em outros pontos extremamente relevantes que constam do PDI. Aproveito a oportunidade para mais uma vez reconhecer o esforço de toda a comunidade universitária e, particularmente, da equipe que compartilhou comigo a Administração Superior da Universidade no período 2008-2012, para que pudéssemos consolidar a expansão da UFSCar.

Em relação ao grande contingente de novos servidores docentes e técnico-administrativos, que esforços específicos precisam ser empreendidos?
Sem dúvidas há um trabalho a ser feito. A UFSCar sempre se diferenciou pela valorização dos processos democráticos e participativos de decisão, e é preciso envolver cada vez mais os novos servidores nesses processos. É preciso disseminar a compreensão de que a Universidade é fruto de construções coletivas. Um processo que acontecerá em breve e que eu entendo como uma grande oportunidade de mobilizarmos a comunidade e exercitarmos essas práticas é a definição do plano diretor para os campi da Universidade, já que se trata de decisões que afetarão todos os integrantes da comunidade universitária.
Além disso, está claro para nós que precisamos intensificar a presença da equipe de gestores em todos os campi e, também, em todos os Centros da Universidade. Se quisermos fazer um trabalho mais participativo, e queremos, nosso desafio é justamente construir, junto com a comunidade, estratégias que favoreçam essa participação. Uma das áreas em que já identificamos a necessidade de investimentos está relacionada às estratégias e tecnologias de informação e comunicação, para que aprimoremos o fluxo interno de informações na Universidade e, também, a visibilidade externa de todo o trabalho realizado pela comunidade universitária.

A UFSCar ocupa também um papel importante no âmbito externo à Instituição, no debate e definição de políticas públicas de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação. Que temas você destacaria como mais relevantes nesse cenário para os próximos anos?
A reflexão sobre as condições de funcionamento do Sistema Federal de Educação Superior, particularmente após o processo de expansão, certamente é um desses aspectos. Porém, em relação a essa necessidade, creio que estamos em um momento em que precisamos olhar principalmente para dentro, para a própria UFSCar, para que identifiquemos suas especificidades e possamos lutar pelo equacionamento de suas demandas.
Além disso, vejo que a UFSCar pode e deve liderar – como, inclusive, já vem fazendo – os movimentos de luta pela autonomia universitária e de definição de uma política de relações internacionais para a universidade pública brasileira, dentre outros. Nessas áreas, bem como em outras, também tenho a expectativa de que possamos ter a tranquilidade para pensar políticas, para discutir conceitualmente qual é o papel da instituição universitária neste momento, tanto no âmbito interno, considerando as demandas brasileiras, quanto em relação a processos de integração entre as nações, especialmente no âmbito dos países da América Latina, Caribe e, também, da África.

Para você, pessoalmente, o que significou sua indicação para recondução ao cargo de Reitor da UFSCar?
Eu estou muito feliz. Ao longo da minha trajetória na UFSCar, sempre quis poder sonhar com a Universidade que desejamos, no sentido justamente de refletir sobre qual é o papel da universidade pública, sobre o projeto que defendemos e como concretizá-lo. Portanto, fico muito satisfeito em poder dar continuidade a esse projeto, que vem sendo construído há muitos anos, em relação ao qual já conseguimos muitas conquistas e, ao mesmo tempo, sabemos existir muito ainda a implementar. É o projeto de uma instituição caracterizada pela qualidade na produção de conhecimento e na formação de pessoas e, concomitantemente, pela preocupação em contribuir para o desenvolvimento de nosso país e, também, da região em que ele se insere, dos países da América Latina e do Caribe. Nossa instituição vem demonstrando que é possível crescer mantendo a qualidade que sempre a caracterizou, democratizando assim o acesso de parcelas cada vez maiores da sociedade à Educação Superior e ao conhecimento entendido de uma forma mais ampla. Portanto, minha decisão de me colocar à disposição para continuar à frente da gestão da UFSCar está relacionada justamente ao desejo de ter essa oportunidade de continuar contribuindo com essa trajetória que cada vez mais coloca a UFSCar em um lugar de destaque no cenário nacional, regional e, também, internacional.

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