CoG: Conselho aprova destinação de vagas remanescentes do processo seletivo de pessoas refugiadas para indígenas

A 60ª Reunião Ordinária do Conselho de Graduação (CoG) da UFSCar, realizada na última segunda-feira (16/5), deliberou sobre diferentes formas de ingresso nos cursos de graduação da Universidade. O Conselho foi apresentado aos dados sobre o ingresso por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), o ingresso de indígenas, de pessoas em situação de refúgio e no curso de Música. Os membros do CoG puderam analisar e discutir os últimos processos seletivos, revalidando os modelos para o próximo ano. Além disso, a representação discente no Conselho apresentou uma proposta de remanejamento das vagas não ocupadas no processo seletivo para pessoas refugiadas.

Nos cursos de graduação da UFSCar, duas vagas adicionais são destinadas para dois processos seletivos específicos: para indígenas e para pessoas refugiadas. Quando não há pessoas inscritas ou aprovadas para qualquer uma das vagas, ela deixa de existir. Na proposta encaminhada pela representação discente, organizada por meio do Centro de Culturas Indígenas (CCI) da UFSCar, as vagas não ocupadas por pessoas refugiadas poderão ser destinadas a indígenas, caso haja pessoas aprovadas.

O estudante Marcondy Maurício de Souza, do povo Kambeba, fez a apresentação da proposta, que considerou toda a trajetória de lutas e conquistas de estudantes indígenas na UFSCar, bem como o sucesso da mudança aprovada pelo CoG para o último processo seletivo específico, que realizou as provas em quatro capitais. “Com a ampliação dos locais de prova do vestibular indígena, apareceu uma demanda muito maior de indígenas procurando a Universidade, e esta demanda só pôde aparecer quando a oportunidade foi dada. Falo em nome do CCI da UFSCar, e em nome de nossos povos e ancestrais, que não tiveram a oportunidade de estarem na universidade, mas de quem as lutas contribuíram para que pudéssemos estar aqui. Avançamos muito desde que, há oito anos, ingressaram os primeiros indígenas na UFSCar, mas ainda precisamos avançar mais. Ainda lutamos diariamente para sermos aceitos, ainda sofremos exclusão em sala de aula, e acreditamos que aumentar nossa presença nesses espaços fortalecerá nossas lutas. Além disso, tenho que ressaltar que nossos colegas formados desempenham trabalhos muito importantes em suas comunidades de origem, locais extremos do País para onde pessoas não indígenas não querem ir”, afirmou o estudante.

Durante a apreciação da proposta, os membros do CoG destacaram a crescente evolução da participação de indígenas na UFSCar e os benefícios das trocas culturais e momentos de debate favorecidos pela presença de indígenas na graduação. Manifestaram também preocupação com as respostas a serem dadas pela Universidade às necessidades específicas apresentadas por indígenas, nas áreas de assistência estudantil e acompanhamento pedagógico. Foram destacadas iniciativas neste sentido, construídas por meio do diálogo entre a Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad) e o CCI, e as necessidades de constante incremento dessas iniciativas.

A proposta foi aprovada pelo Conselho e será aplicada na próxima seleção.

As pautas e relatos das últimas reuniões do CoG estão disponíveis no Blog da Reitoria.

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